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Encíclica Laudato Si’ – quinta parte

Publicado em 29 de setembro de 2022 - 17:03:12
O Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si´ afirma que a “tecnociência, bem orientada, pode produzir coisas realmente valiosos para melhorar a qualidade de vida do ser humano, desde os objetos de uso doméstico até aos grandes meios de transporte, pontes, edifícios, espaços públicos. É capaz também de produzir coisas belas e fazer o ser humano, imersos no mundo material, dar o ‘salto’ para o âmbito da beleza” (nº 103). Ele diz que “o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à consciência” (nº 105).
 
A encíclica adverte que o “paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a economia e a política. A economia assume todo o desenvolvimento tecnológico em função do lucro, sem prestar atenção a eventuais consequências negativas para o ser humano. A finança sufoca a economia real. Não se aprendeu a lição da crise financeira mundial e, muito lentamente, aprende-se a lição do deterioramento ambiental” (nº 109). Alguns defendem que a economia atual e a tecnologia resolverão os problemas ambientais e outros que o crescimento do mercado resolverá problemas da fome e da miséria.
 
Laudato Si´, lançada em 24 de maio de 2015, esclarece que quando, “na própria realidade, não se reconhece a importância de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos -, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo está interligado. Se o ser humano se declara autônomo da realidade e se constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência, porque ´em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da cri ação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba provocando a revolta da natureza´” (nº 117).
 
O Papa escreve que não “haverá uma nova relação com a natureza, sem um ser humano novo. Não há ecologia sem uma adequada antropologia” (nº 117). Ele diz que se “a crise ecológica é uma expressão ou uma manifestação externa da crise ética, cultural e espiritual da modernidade, não podemos iludir-nos de sanar a nossa relação com a natureza e o meio ambiente, sem curar todas as relações humanas fundamentais. Quando o pensamento cristão reivindica, para o ser humano, um valor peculiar acima das outras criaturas, suscita a valorização de cada pessoa humana e, assim, estimula o reconhecimento do outro" (nº 119).
 
Para o Papa Francisco a “cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a trata-la como mero objeto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão por causa de uma dívida. É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os interesses próprios” (nº 123). Ele defende que investir “nas pessoas para se obter maior receita imediata é um péssimo negócio para a sociedade” (nº 128) e que “é indispensável promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a cria tividade empresarial” (nº 129).
 
A encíclica Laudato Si´ enfatiza que as “autoridades têm o direito e a responsabilidade de adotar medidas de apoio claro e firme aos pequenos produtores e à diversificação da produção. às vezes, para que haja uma liberdade econômica da qual todos realmente se beneficiem, pode ser necessário pôr limites àqueles que detêm maiores recursos e poder financeiro. A simples proclamação da liberdade econômica, enquanto as condições reais impedem que muitos possam, efetivamente ter acesso a ela e, ao mesmo tempo, se reduz o acesso ao trabalho, torna-se um discurso contraditório que desonra a política” (nº 129 ). 
 
                                                                        Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
                                                                       Pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria
                                                                       Rio Claro
 
REFERÊNCIA
FRANCISCO, Papa. Laudato Si’. Carta encíclica sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulus/Loyola, 2015.
 
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