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A modéstia em Santa Beatriz

Publicado em 1 de setembro de 2022 - 10:16:12

Na festa da santa fundadora das Monjas da Ordem da Imaculada Conceição, reflitamos sobre a virtude da modéstia, o tema proposto para este ano.

As "revoluções" e "reviravoltas" científicas, culturais, sociais, antropológicas, religiosas pelas quais passa a humanidade neste Terceiro Milênio, têm apresentado novos padrões de pensamento e de ação que nossos antepassados jamais imaginaram. Muitíssima coisa boa no multifário do saber humano aflora realmente de mentes privilegiadas procurando apontar saídas e soluções plausíveis, coerentes e justas para o sadio progresso e a pacífica e frutuosa convivência de todos.  Estas águas, porém, nem sempre são lagoas plácidas, antes, algumas vezes, se assemelham a mar revolto, em dias de tempestade, porque já têm ocorrido situações em que os valores fundamentais são atropelados e que precisam inexoravelmente continuar permanecendo, pelo simples fato de serem fundamentais.

A modéstia, virtude ora colocada como ponto central desta nossa reflexão, nos lembra que seus sinônimos são desambição, simplicidade, desprovido de vaidades. E como santa Beatriz poderá nos ajudar neste intento? 

Nascida no século XV, vivendo em meio às ostentações da corte espanhola, poder-se-ia pensar que seu exemplo esteja muito distante de nossa realidade. Sob o aspecto histórico, sem dúvida. Mas os santos são como as estrelas, atravessam os tempos sempre a iluminar o firmamento. Com Beatriz não é diferente. Possuidora de rara beleza física e de grande simpatia, despertou o ciúme de sua prima, a rainha Isabel, a ponto de esta trancá-la num cofre. Após três dias, arrependida, ao abrir o cofre encontrou Beatriz miraculosamente viva.  

Diante disso, Beatriz resolveu trazer sempre coberto o seu lindo rosto até o fim de sua vida. Somente ergueu-o uma única vez, para mostrá-lo àquela de quem tinha sido preceptora, a rainha Isabel, filha da acima mencionada e esposa do rei Fernando, cognominados pela História Universal de “os Reis Católicos”. 

Ao receber em 9 de agosto de 1492, a Unção dos Enfermos, em seu leito de morte, das mãos do bispo de Toledo, Monsenhor Garcia Quijada, ao se lhe retirar o véu, este revela o rosto jovial e belo da já anciã Beatriz.  Como se já não bastasse isso, ocorreu nesta ocasião um outro sinal da bondade de Deus para com a sua serva e presenciado por todos os presentes. O bispo e as irmãs, viram brilhar sobre a testa de Beatriz uma resplandecente estrela de prata, que lhe ficou impressa no crânio. Esta preciosa relíquia se conserva no mosteiro de Toledo até nossos dias. É para lembrar este fato, que a imagem de nossa santa traz na fronte uma estrela.

Se hodiernamente os avanços científicos e técnicos de todas as áreas progridem rápida e vertiginosamente, fruto das especulações do saber da mulher e do homem, estes não podem, todavia, desviar-nos do essencial, pois as tentações do poder, do status, da riqueza, do domínio e da exploração, infelizmente, continuam a permear o nosso ser e, consequentemente, as nossas relações. Santa Beatriz, então, se apresenta como alguém, que aberta à graça de Deus, soube colocar tudo isso em seu devido lugar, isto é, em consonância com o projeto do Pai, como sua filha, seguidora de Jesus Cristo e, ainda, como mãe e fundadora da sua Família Religiosa.

Ela compreendeu que Aquele que alimenta as aves do céu e veste os lírios do campo, proverá sempre do necessário os que primeiro buscarem o seu Reino, porque tudo o mais lhes será acrescentado (Cf. Mt  6,25-34).

Talvez mais do que em outras épocas, dadas as transformações profundas pelas quais passa o nosso mundo, os cristãos, atentos aos sinais dos tempos, são chamados a continuar na esteira dos que os antecederam, e fazer uma vez mais frutificar a Palavra de Deus, impregnando as relações todas com o bom odor de Cristo, edificando a civilização do amor. Assim, tudo aquilo que não for positivo, pouco altruísta, desprovido de magnitude e construtivo cederão lugar aos basilares valores da humanidade e da Boa-Nova de Jesus. 

Para isto e para “corrermos com perseverança neste certame que nos é proposto” (Prefácio da Missa dos Santos), com certeza, Beatriz se nos apresenta como modelo luminoso e também como um auxílio oportuno o qual estamos sempre confiantes de obter.

José Eduardo Sesso
Padre da Diocese de Piracicaba

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