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Encíclica Populorum Progressio

Publicado em 7 de abril de 2022 - 11:06:39
A encíclica Populorum Progressio foi escrita pelo Papa Paulo VI e fala sobre o desenvolvimento dos povos, tendo sido publicada em 26 de março de 1967 e dirigida não somente aos membros da Igreja Católica, mas também às pessoas de boa vontade. Recordando o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI diz que a Igreja Católica tem “a obrigação de se pôr ao serviço dos homens para os ajudar a aprofundarem todas as dimensões” (p.533) dos graves problemas das pessoas e das nações em desenvolvimento, superando a fome, a miséria, as doenças e a ignorância e universalizando a questão social.
O desenvolvimento “não se reduz a um simples crescimento econômico. Para ser autêntico, deve ser integral, quer dizer, promover todos os homens e o homem todo” (p.537). Para Deus, “cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação. É dado a todos, em germe, desde o nascimento, um conjunto de aptidões e de qualidades para as fazer render: desenvolvê-las será fruto da educação recebida, do meio ambiente e do esforço pessoal, e permitirá a cada um orientar-se para o destino que lhe propõe o Criador” (p.537), procurando o predomínio do ser ao ter.
Sendo necessária ao rendimento econômico e ao progresso humano, a “indústria é, ao mesmo tempo, sinal e fator de desenvolvimento. Por meio de uma aplicação tenaz da inteligência e do trabalho, o homem consegue arrancar, pouco a pouco, os segredos à natureza e usar melhor das suas riquezas. Ao mesmo tempo que disciplina os hábitos, desenvolve em si o gosto da investigação e da invenção, o acolhimento do risco prudente, a audácia nas empresas, a iniciativa generosa e o sentido da responsabilidade” (pp.540-541). O lucro e a concorrência não são os motores essenciais do desenvolvimento econômico.
Tem situações cuja injustiça brada aos céus. “Quando populações inteiras, desprovidas do necessário, vivem numa dependência que lhes corta toda a iniciativa e responsabilidade, e também toda possibilidade de formação cultural e de acesso à carreira social e política, é grande a tentação de repelir pela violência tais injúrias à dignidade humana” (p.542). O homem “só é verdadeiramente homem, na medida em que, senhor das suas ações e juiz do valor destas, é autor do seu progresso, em conformidade com a natureza que lhe deu o Criador, cujas possibilidades e exigências ele aceita livremente” (p.544).
As obrigações com os menos favorecidos “enraízam-se na fraternidade humana e sobrenatural, apresentando-se sob um tríplice aspecto: o do dever de solidariedade, ou seja, o auxílio que as nações ricas devem prestar aos países em via de desenvolvimento; o do dever de justiça social, isto é, a retificação das relações comerciais defeituorsas, entre povos fortes e povos fracos; o do dever da caridade universal, quer dizer, a promoção, para todos, de um mundo mais humano e onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber” (p.547). A caridade deve encontrar acolhida em todas as pessoas.
Papa Paulo VI é enfático: “O supérfluo dos países ricos deve pôr-se ao serviço dos países pobres. A regra que existia outrora em favor dos mais próximos deve aplicar-se hoje à totalidade dos necessitados do mundo inteiro” (p.549). “Quando tantos povos têm fome, tantos lares vivem na miséria, tantos homens permanecem mergulhados na ignorância, tantas escolas, hospitais e habitações, dignas deste nome, ficam por construir, torna-se um escândalo intolerável qualquer esbanjamento público ou privado, qualquer gasto de ostentação nacional ou pessoal, qualquer recurso exagerado aos armamentos” (p.550).
 
Pe. Antônio Carlos D’Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Imacula do Coração de Maria
Rio Claro
 
REFERÊNCIA
LESSA, Luiz Carlos. Dicionário de doutrina social da Igreja: doutrina social da Igreja de A a Z. São Paulo: LTr, 2004.
 
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